O Conto da Aia - Margaret Atwood

Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

    Escrito em 1985, este livro é um romance distópico, o qual já foi adaptado para o cinema, ópera e, mais recentemente, para uma série de TV. 

    A história se passa em meados dos anos 80 e tem como cenário um Estado teocrático e totalitário. Nesse novo governo, as mulheres perderam todos os seus direitos e o seu único dever é servir e obedecer, cada qual na sua função.

    Elas são divididas em quatro castas com funções bem definidas: vestidas de azul, as Esposas são mulheres ricas, casadas com os Comandantes e são responsáveis pela administração do lar; vestidas de verde, as Marthas ficam responsáveis pelos serviços domésticos; as Aias vestem vermelho e seu único dever é procriar; e, por fim, temos as Econoesposas que são as mulheres que usam vestidos listrados de azul, verde e vermelho, pois exercem todas essas funções. Além das mulheres pertencentes a essas castas, temos as Tias, que possuem a função de educar as mulheres à servidão e submissão.

    Na república de Gilead, a radiação de uma guerra em andamento tornou a maioria das mulheres inférteis, por isso, as mulheres que ainda podem gerar filhos, tornaram-se propriedades do governo e são enviadas para a casa de Comandantes com o propósito de dar-lhes filhos. 

    A história é protagonizada por Offred, uma Aia, que mescla a narração entre o seu cotidiano na casa do seu Comandante e sua vida passada, onde tinha um marido e uma filha dos quais foi separada. Nessa nova vida ela perde seu nome, sendo chama de Offred (Of Fred) que significa "de Fred" que é o comandante a quem ela precisa servir. Nesta sociedade, elas se tornam objetos que são usadas até que não sirvam mais.

    O conto da Aia tem uma temática muito reflexiva e que me deixou bastante intrigada, pois sei que, apesar de tratar-se de uma distopia, muitos países vivem sob um regime autoritário e teocrático como o de Gilead. O livro é bem pesado e não é uma leitura rápida de se fazer, por diversos momentos parei para refletir sobre os acontecimentos; foi grande a indignação, o desconforto, a revolta e a vontade de fazer algo por aquelas mulheres e acredito que, todo esse turbilhão de sentimentos, foi o que gerou um pequeno desapontamento com o final da história, mas mesmo assim o livro é INCRÍVEL.

Já leram? O que acharam?